O intelectual católico consegue, para enfrentar controvérsias, entrar numa espécie de jogo de prestidigitação, repetindo os artigos do Credo exactamente nos mesmos termos que os seus antepassados, ao mesmo tempo que se defende da acusação de superstição explicando que está a falar por parábolas.
11 de agosto de 2008 ⋅ Blog
George Orwell
Desidério Murcho
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3 comentários :
Qual é a fonte?
Por Que Escrevo e Outros Ensaios, que acabei de publicar na Antígona.
Os heróis da psicofoda pós-moderna fazem algo de muito semelhante. Repare-se:
Ao debater com um acólito de Foucault ou Deleuze, este começa por declarar enigmaticamente uma frase citada como se fosse a maior revelação dos últimos séculos. Tentar discuti-la criticamente é heresia, pois põe em causa a possibilidade de nos encantarmos com a sua sonoridade e com a perfurante inteligencia do dito oráculo.
Se porventura lhe caçamos alguma inconsistência, é precisamente essa a resposta automática: "não é bem isso, não estas a ver bem a coisa". e o que é fascinante é que o modo como se esrevem as baboseiras dá sempre espaço a que se recue dois passos, para alterar o sentido da afirmação de modo a não ser tocada pela crítica.
É fascinante como, por mais que se pense, seja sempre, sempre, impossível dizer aquilo que "lá está", ficamos sempre aquém, sobretudo se não fizermos parte da classe dos acólitos, dos veneradores poéticos da coisa. Os abençoados que se glorificam pela luz reflectida do mestre.
E já repararam numa reacção comum, quando tentamos contestar uma afirmação pós-moderna? As pessoas, como não estão motivadas por qualquer investigação da realidade, ficam ofendidas por termos profanado a citação do mestre, e desta ofensa normalmente não sai um argumento mas sim uma pressuposição da nossa ignorância e insofisticação, seguida de mais uma citação veemente e um "não compreende?". Como se a verdade da proposição viesse da convicção com que se recita o mantra e não das razões que sustentam a afirmação.
É curioso como, no fim de tudo isto, os "inquisidores" somos nós. É fascinante este tipo de afecção mental.
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