30 de novembro de 2008 ⋅ Blog
O melhor de 2008
A lista inclui apenas um livro de autores portugueses, pois é o único que conheço (ainda não li o livro do Pedro Galvão, pelo que não me posso pronunciar, se bem que tenha muito boas razões para acreditar que deve ser filosofia de excelente qualidade).
Dada a escassez de bons livros de filosofia publicados no nosso país, a lista que elaborei deve ser algo relativizada: alguns deles só aparecem na lista por falta de competição. A lista não está ordenada de forma rigorosa, mas os que considero mais importantes estão nos primeiros cinco.
1. Bertrand Russell, Os Problemas da Filosofia (Ed. 70, trad., introd. e notas de Desidério Murcho).
Este é um clássico que já estava a merecer uma tradução que fizesse jus ao estilo de Russell e à subtileza filosófica que o caracteriza. A introdução e as notas do Desidério ajudam muito nesse sentido. Ao comparar esta tradução com a bolorenta tradução de António Sérgio, até parece que estamos a falar de livros diferentes.
2. George Dickie, Introdução à Estética (Bizâncio, trad. de Vitor Guerreiro).
Uma excelente introdução à estética e filosofia da arte, escrita por um dos mais destacados filósofos da arte e com uma tradução muito cuidada e rigorosa do Vítor. Dickie aproveita também para apresentar algumas das suas próprias ideias, dado que estas têm sido amplamente discutidas na filosofia da arte contemporânea.
3. Alexander George, Que Diria Sócrates? (Gradiva, trad. de Cristina Carvalho).
Respostas de filósofos profissionais a pessoas comuns sobre praticamente todos os grandes temas da filosofia. É um livro muito acessível, sem prescindir do rigor filosófico.
4. Peter Singer, Escritos Sobre uma Vida Ética (Dom Quixote, trad. de Pedro Galvão, Teresa Castanheira e Diogo Fernandes).
Mais um livro de um dos grandes nomes da ética contemporânea, no qual se compilam alguns dos textos mais importantes de Peter Singer. A tradução está à altura do autor.
5. Gareth Matthews, Santo Agostinho (Ed. 70, trad. de Hugo Chelo).
Uma excelente discussão da filosofia de Santo Agostinho, à luz da discussão filosófica actual. Surpreendente.
6. Daniel Dennett, Quebrar o Feitiço - A Religião como Fenómeno Natural (Esfera do Caos, trad. de Ana Saldanha).
Não se trata do melhor Dennett (a primeira parte é escrita a pensar principalmente no grande público americano, mais dado a grandes emoções quando se trata de discutir questões sobre religião), mas Dennett raramente decepciona e vale sobretudo pela sua leitura naturalista da história da religião.
7. João Cardoso Rosas (org.), Manual de Filosofia Política (Almedina).
Um exemplo que muitos filósofos e académicos portugueses deviam seguir. Este manual é constituído por diversos ensaios de investigadores e filósofos portugueses, alguns deles bastante jovens. Os ensaios não têm todos o mesmo nível, mas o nível geral é bastante bom. Destaco os textos do organizador, João Rosas (da Universidade do Minho), e de Pedro Galvão (da Universidade de Lisboa). Além disso trata-se de um manual de filosofia política contemporânea, o que é de saudar.
8. George Orwell, Por Que Escrevo e Outros Ensaios (Antígona, trad. de Desidério Murcho).
Não é bem um livro de filosofia, mas há lá mais filosofia do que em alguns livros de filósofos badalados. Se a filosofia é a avaliação crítica dos nossos preconceitos, então este livro transpira filosofia a cada página.
9. Karl Popper, Busca Inacabada - Autobiografia Intelectual (Esfera do Caos, trad. de João Duarte).
Popper explica-se a si mesmo. Interessante.
10. Thomas Cathcart, Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco Entram num Bar…. (Dom Quixote, trad. de Isabel Veríssimo).
Um livro divertido e inteligente, que brinca com algumas das nossas intuições filosóficas. É pena a tradução ser bastante descuidada.
2008 - Os melhores

Enviem as vossas listas para: rolandoa@netmadeira.com
29 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Kant vem aí
28 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Indução e filosofia da ciência, de Stephen Law
Pós-graduação lato sensu em Filosofia

Estão abertas as inscrições para o curso de pós-gradução lato sensu em Filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto. O curso oferece uma qualificação intensiva de nível superior, de caráter informativo e reflexivo, sobre os problemas, teorias e argumentos da filosofia antiga, moderna e contemporânea. Os destinatários são graduados em áreas afins e professores da rede pública e privada das áreas de Ciências, Humanas e Artes. Ultimamente temos tido uma afluência particularmente feliz de professores de filosofia do ensino médio que procuram actualizar os seus conhecimentos.
Carga horária: 360 horas. Número de vagas: 30. O curso decorre em dois meses apenas: Janeiro e Julho, em regime intensivo nos dois meses, de segunda a sexta-feira, das 08 às 12h e das 14 às 18h.
O curso decorre no centro da cidade histórica de Ouro Preto, MG, no Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, que alberga o Departamento de Filosofia da UFOP. Mais informações...
desafio aos leitores
26 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Determinismo
Se o determinismo fosse verdadeiro, tal que todas as acções estivessem fixadas desde o momento inicial do universo pelas leis da natureza, estaria a moralidade posta em causa? Seria Hitler moralmente equivalente a Gandhi, na medida em que ambos foram determinados para agir como agiram? Deve esta constatação afectar a indignação que sentimos por pessoas «imorais»?
R
PETER LIPTON: É uma grande questão, mas vou contar-lhe apenas uma história familiar a aos filósofos que trabalham nesta área. Um homem é acusado e condenado por ter cometido um crime, sendo-lhe permitido fazer um pequeno discurso antes de ser decidida a sentença. Ele admite ter cometido o crime, mas alega ser não só criminoso, como também filósofo, um filósofo que está plenamente convencido da verdade do determinismo. Uma vez que tudo o que faz é determinado por causas que decorreram antes de ele próprio ter nascido, segue-se que não poderia ter feito outra coisa que não cometer o crime, o que faz com que, seguramente, não mereça ser punido. A juíza, tendo ouvido atentamente estas palavras, confessa ter, também ela, uma inclinação filosófica e que, à semelhança do criminoso, é também uma determinista. Como tal, não pode deixar de o punir.
Quando consideramos as relações entre determinismo e responsabilidade, a nossa tendência é não sermos totalmente consistentes. Assim, podemos pensar que não devíamos punir criminosos, que não nos devíamos indignar com eles. Qual é, porém, a «força» deste «não devíamos», tendo em conta que nós também somos determinados? Limitamo-nos simplesmente a fazer o que fomos determinados para fazer. Dado que não poderíamos agir de outra maneira, «devíamos» e «não devíamos» não parecem desempenhar qualquer papel.
Alexander George (org.), Que Diria Sócrates? Lisboa: Gradiva, 2008.
25 de novembro de 2008 ⋅ Blog
A Filosoficamente oferece livros
Regras do passatempo: 1) o passatempo está aberto até às 00:01 do próximo dia 28, sexta-feira; o que conta é a data e hora do comentário; 2) o passatempo está aberto apenas aos residentes em Portugal, para onde o prémio será enviado gratuitamente pela Bizâncio; 3) sou eu que avalio as respostas, sem recurso, e escolho as três melhores.
A Filosoficamente é a nova aposta da Bizâncio na filosofia. A colecção publica obras de carácter introdutório e avançado sobre todas as áreas da filosofia. Inaugurada em 2007, publicou já livros de McGinn, Warburton, Pojman e Dickie.
23 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Joelson Santos Nascimento: Epicteto, Testemunhos e Fragmentos
22 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Fazer filosofia é fazer coisas
Frequentemente sou confrontado com uma observação que me causa algum incómodo, a de que determinada pessoa até gosta de filosofia, mas que precisa de fazer algo mais prático e, em razão disso, prefere estudar psicologia ou medicina. A perplexidade que me causa este tipo de observação é só uma: é que escolhi estudar filosofia precisamente por me considerar uma pessoa muito prática. Penso que é bom procurar definir aquilo que estamos a pensar quando nos referimos ao que é e não é prático. No sentido comum em que esta afirmação é feita, a característica de “prático” não pode ser atribuída a quase nenhum saber. Por prático entendem as pessoas, “fazer coisas”. Ora, na filosofia aquilo que fazemos é pensar como fazer coisas, por exemplo, como fazer ciência na filosofia da ciência. Claro que enquanto estamos a pensar como fazer coisas, não estamos, na verdade, a fazer coisas. Mas o que cabe aqui perguntar é se é possível fazer coisas sem antes pensar como as fazer? Claro que é, mas tem de existir sempre alguém que pense como fazer coisas para que outros as possam fazer. Aqui a opção entre o que é prático e não prático faz sentido, mas é pouco razoável que alguém desvalorize a filosofia de forma completa só porque pensa que o melhor que tem a fazer na vida é “fazer coisas”. Para além disso aparece aqui uma questão mais metafísica: e pensar como fazer coisas não é em si fazer coisas? Eu defendo que sim, mas é verdade que a generalidade das pessoas pode não o considerar desse modo. Mas a minha hipótese é que fazer filosofia ou, pelo menos, pensar filosoficamente é fazer coisas e que, mexer nas coisas só é compreensível se nos for dada a possibilidade de pensar em como as mexer antecipadamente. Será a minha hipótese aceite pacificamente?
20 de novembro de 2008 ⋅ Blog
19 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Padres, revolucionários de esquerda e poetas lunáticos
Um argumento de Alexandre Machado

18 de novembro de 2008 ⋅ Blog
A natureza da filosofia e o seu ensino, de Desidério Murcho
17 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Mário Santos: Por Que Escrevo e Outros Ensaios, de George Orwell
Popper e a verdade
Custa entender por que razão este tipo de confusão é assim tão persistente.
16 de novembro de 2008 ⋅ Blog
O Básico da Filosofia, de Nigel Warburton

Tive uma boa surpresa ao passar pela livraria: a José Olympio acaba de publicar no Brasil o excelente O Básico da Filosofia, a que em Portugal dei o título Elementos Básicos de Filosofia. Trata-se de uma introdução muito simplificada à filosofia, ideal para o ensino médio (Brasil) ou secundário (Portugal). Infelizmente, a tradução agora publicada vem com atraso: é a tradução da terceira edição inglesa, ao passo que já saíu entretanto uma quarta edição, que deu origem à segunda edição portuguesa.
Na badana do livro afirma-se que a mesma editora publicou o Pensar de A a Z, do mesmo autor, mas deve ser um erro, pois não encontrei o livro no site do editor, nem nas principais livrarias. Presumo todavia que será publicado em breve.
15 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Promoção FNAC
13 de novembro de 2008 ⋅ Blog
contra a psicofoda linguística
12 de novembro de 2008 ⋅ Blog
11 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Os Problemas da Filosofia, de Bertrand Russell

Agradeço ao editor das 70, Pedro Bernardo, o amável convite para fazer esta tradução, que tanto prazer me deu: traduzir um clássico de um dos maiores filósofos de sempre é um privilégio. Traduzi com muito carinho, e procurei explicar alguns aspectos mais profundos, na introdução, que está articulada com várias notas que espero sejam oportunas.
O livro de Russell permite duas leituras: como obra introdutória à filosofia e como obra de autor. É sobretudo quanto a este segundo aspecto que procurei apresentar alguns esclarecimentos.
O livro é excelente para quem quiser compreender o que é a filosofia, pois ao invés de Russell fazer listas algo anódinas das ideias dos outros, apresenta com vivacidade alguns problemas centrais da filosofia (sobretudo da teoria do conhecimento e da metafísica), explorando de seguida diversas tentativas de resposta, cuidadosamente argumentadas.
Russell é um autor muito inteligente e cheio de humor. Há uma passagem em que fala de um triângulo a jogar futebol que é inesquecível.
Espero que este trabalho seja útil para professores, estudantes e público em geral interessado em filosofia.
E fica aqui um agradecimento à Palmira e ao Carlos, que me ajudaram a escrever melhor uma passagem da minha introdução que refere as relações de Einstein com o éter. Agradeço também ao meu colega e amigo Sérgio Miranda, que prontamente se dispôs a traduzir do alemão o prefácio de Russell à tradução alemã desta obra.
Aqui encontra-se uma apresentação do livro e dois excertos.
10 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Logosfera

Desobediência civil
Quem quiser seguir a discussão sobre como deviam os professores ser avaliados, pode ver o post de Carlos Pires, também no Dúvida Metódica.
7 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Sugestão
6 de novembro de 2008 ⋅ Blog
I Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFOP
O I Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFOP é uma iniciativa dos alunos da graduação do curso de Filosofia e conta com o apoio do Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, do Departamento de Filosofia e da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). O encontro ocorrerá entre os dias 10 e 14 de novembro de 2008 no IFAC, localizado na Rua Coronel Alves 55 Centro, Ouro Preto, Minas Gerais. O encontro reune graduandos, graduados e pós-graduandos, estimulando o debate filosófico e promovendo a interação entre universidades. O evento consiste em palestras ministradas por professores convidados, mini-cursos, debates sobre temas filosóficos e apresentações de comunicações em mesas redondas temáticas.
Calendário
Segunda-Feira, 10/11/2008
10:00 - Inscrições Finais
14:00 - Comunicações - ÉTICA 1
16:00 - Comunicações - METAFÍSICA 1
19:30 - Palestra: Necessidade, Factividade e Negação
Com o professor Desidério Murcho
Terça-Feira, 11/11/2008
10:00 - ÁGORA debates: Filosofia Analítica e Filosofia Continental
Com os professores Desidério Murcho e Imaculada Kangussu
14:00 - Comunicações - TEMAS DIVERSOS DA FILOSOFIA
16:00 - Comunicações - METAFÍSICA 2
19:30 - Palestra: Filosofia e Religião: uma religião humanística no século XXI
Com a professora Marta Luzie de Oliveira
Quarta-Feira, 12/11/2008
10:00 - Palestra: Imaginação em Kant
Com professor Hélio Lopes da Silva
14:00 - Comunicações - FILOSOFIA MODERNA
16:00 - Comunicações - ÉTICA 2
19:30 - Apresentação do Mestrado da UFOP
Quinta-Feira, 13/11/2008
10:00 - ÁGORA debates: Sobre a Verdade
Com o professor Olympio José Pimenta Neto
14:00 - Comunicações - LÓGICA
16:00 - Comunicações - EPISTEMOLOGIA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA
19:30 - Palestra com professor Túlio Roberto Xavier de Aguiar
Sexta-Feira, 14/11/2008
10:00 - MESA REDONDA
Com os professores Rodrigo Duarte, Imaculada Kangussu e Douglas Garcia
14:00 - Comunicações - ESTÉTICA e FILOSOFIA DA ARTE
16:00 - Comunicações - FILOSOFIA POLÍTICA E TEORIA CRÍTICA
Mesas de comunicações
ÉTICA 1 (10/11)
Coordenador: Luiz Helvécio Marques Segundo
- Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale: Roberto Rômulo Braga Tavares (IPTAN)
- Utilitarismo e sentimentos morais: Sagid Salles Ferreira (UFOP)
- Uma defesa da filosofia moral de Kant: Pedro Merlussi (UFOP)
- Sade e os princípios de natureza e moral na Filosofia Libertina: Paulo Fernandes Ribeiro de Souza (UFU)
METAFÍSICA 1 (10/11)
Coordenador: Mayra Moreira da Costa
- Das relações entre intuição, metafísica e ciência no pensamento de Henri Bergson: Aristeu Laurêncio Mascarenhas (UFSCar)
- A crítica de Nietzsche ao dualismo platônico: Natália de Andrade Pereira (Unimontes)
- Outrem deleuzeano como mundo possível: Ana Carolina Gomes Araújo (UFU)
- Sobre os argumentos de Kripke acerca da modalidade e da essencialidade: Iago Bozza Francisco (UFOP)
TEMAS DIVERSOS DA FILOSOFIA (11/11)
Coordenador: Ricardo de Oliveira Toledo
- A ordem do coração no pensamento de Blaise Pascal: Nilson Gonçalves de Oliveira (UFOP)
- Loucura e ceticismo: impossibilidade de conhecimentos absolutamente verdadeiros ou absoluto silêncio intelectual: Regis Cardoso (UNICAMP)
- Sócrates sofista, Machado de Assis filósofo? Alex Lara Martins (UFMG)
- O ethos filosófico em Baudelaire como atitude de modernidade segundo Michel Foucault: Rogério Luís da Rocha Seixas (UFRJ)
METAFÍSICA 2 (11/11)
Coordenador: Sagid Salles Ferreira
- Contra a negação da existência da verdade Rodrigo Reis Lastra Cid (UFOP)
- A correspondência entre linguagem e mundo no tractatus de Wittgenstein: Leandro Shigueo Araújo (UFU)
- Os Comprometimentos Ontológicos do Logicismo Fregeano em "Os Fundamentos da Aritmética": Henrique Antunes Almeida (UFMG)
- Estamos comprometidos com a existência de propriedades em nosso discurso acerca da realidade? Rodrigo Alexandre de Figueiredo (UFOP)
FILOSOFIA MODERNA (12/11)
Coordenador: Luiz Otávio
- A Noção de Substância em Descartes e Espinosa Jorge Quintas (UERJ)
- Hume e a "Ciência do Homem": questões epistemológicas no Tratado da Natureza Humana: Cristiano Moraes Junta (UFSCar)
- As diferentes formulações da dúvida cartesiana: Maíra de Souza Borba (UFMG)
- Kant e as Refutações do Idealismo Empírico: Fábio César da Silva (UFOP)
ÉTICA 2 (12/11)
Coordenador: Clarissa Ayres
- A educação estética e o desenvolvimento da moralidade: José Costa Júnior (UFOP)
- Como a "dívida" se torna "culpa": Vinícius Amaral Galvão de França Andrade (UNICAMP)
- Breve abordagem sobre a liberdade, a angústia e a má fé em Sartre: Danilo Gomes Ferreira (UFU)
- Subjetivismo, objetivismo e o sentido da vida: Fernando Fabrício Rodrigues Furtado (UFOP)
LÓGICA (13/11)
Coordenador: Matheus Martins
- Paradoxo do mentiroso e modelos de ponto fixo: Guilherme Araújo Cardoso (UFMG)
- São os paradoxos da implicação material realmente paradoxos? Renato Mendes Rocha (UFG)
- Lógica paraconsistente: Lógicas da inconsistência formal e dialetismo: Diego Amaro Varela (UNICAMP)
- A Vagueza da Linguagem Natural e os Paradoxos Sorites: Eduardo Dayrell de Andrade Goulart (UFMG)
EPISTEMOLOGIA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA (13/11)
Coordenador: Iago Bozza Franscisco
- Hume e as objeções populares: Flávio Miguel de Oliveira Zimmermann (USP)
- O ser no espaço-tempo: Diego de Souza Avedaño (UFU)
- Causas e Efeitos: Problemas Atuais: Mayra Moreira da Costa (UFOP)
- Inferência, Justificação e Explicação: cutucando o coerentismo: Thiago Monteiro Chaves (UFMG)
ESTÉTICA E FILOSOFIA DA ARTE (14/11)
Coordenador: Fernando Pacheco
- Da totalidade como obra de arte à obra de arte como via possível: gnosiologia e filosofia da cultura em Georg Simmel: Vitor Sommavilla de Souza Barros (UFMG)
- A música como convite à regressão em Adorno: Felício Ramalho Ribeiro (UFMG)
- Gênio e imaginação em Kant: Danilo Citro (UNESP)
- O engano da indefinibilidade da arte: Thiago Barros Gomes (UFOP)
FILOSOFIA POLÍTICA E TEORIA CRÍTICA (14/11)
Coordenador: Thiago Reis Santos
- Fetichismo e reificação: a estrutura de dominação do capitalismo Vinícius dos Santos Xavier (Mackenzie)
- A apropriação do conceito de tolerância de John Locke no debate contemporâneo sobre a diversidade religiosa: Pedro Alex Rodrigues Viana (UFOP)
- Hannah Arendt e a geopolítica: Bruno Faria Gomes (CEFET-Campos)
- História como empreendimento de memória: a revolução copernicana de Walter Benjamim: Warley Souza Dias (Unimontes)
Organização
CAFIL
- Mayra Moreira da Costa
- Sagid Salles Ferreira
- Rodrigo Reis Lastra Cid
- Rodrigo Alexandre de Figueiredo
- Luiz Helvécio Marques Segundo
- Thiago Reis Santos
- Evando Aparecido Gasque
Apoios
DEFIL
IFAC
UFOP
ÁGORA Debates
Grande Hotel Ouro Preto
5 de novembro de 2008 ⋅ Blog
O paradoxo dos corvos
O "Paradoxo dos Corvos", um dos mais conhecidos paradoxos da Teoria da Confirmação, será o tema da primeira MLAG Lecture (Mind, Language and Action Group) a realizar-se no Estúdio de Videoconferência da Universidade do Porto. Acontece já no próximo dia 7 de Novembro de 2008, pelas 17h30, no Edifício da Reitoria, à Praça Gomes Teixeira. O conferencista convidado é António Zilhão, da Universidade de Lisboa. A conferência será transmitida online. Mais informações...
1.º Workshop Luso-Brasileiro de Filosofia Analítica
Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
21 de Novembro de 2008
Departamento de Filosofia da FLUL
09:00 -- Adriana Silva Graça, Universidade de Lisboa e LanCog, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
Os Nomes da Ficção: Solução na Pragmática ou na Semântica?
Nesta apresentação, irei debruçar-me sobre qual a melhor solução para o problema10:20 -- Marco Ruffino, Universidade Federal do Rio de Janeiro
dos nomes vazios (em particular, dos nomes da ficção) não subscrevendo qualquer
forma de fregeanismo relativamente ao sentido de nomes próprios nem qualquer
versão da admissão de um terceiro reino de entidades. Irei discutir duas
alternativas viáveis, uma de índole semântica, outra de índole pragmática, ambas
as quais apelativas, analisando os seus custos e benefícios.
Componentes Proposicionais Não-Articulados
De acordo com Perry (1986, 1998), o proferimento de uma sentença pode expressar11:40 -- Breno Hax, Universidade Federal do Paraná
uma proposição contendo elementos que não correspondem a nenhuma parte
gramatical (morfema) do proferimento. Perry chama tais elementos de
constituintes proposicionais não-articulados. Cappelen e Lepore (2005, 2007),
formulam uma crítica forte desta noção: de acordo com estes, a noção de
constituintes não-articulados não passa de um mito. Stanley (2000) critica esta
mesma noção baseado em outros princípios: de acordo com ele, toda sensibilidade
contextual é apenas devida ou a indexicais explícitos ou a indexicais ocultos na
forma lógica da sentença proferida. Adicionalmente, Stanley provê evidência
sintática para a presença de indexicais ocultos em sentenças usadas como exemplo
por Perry. Corazza (2007) defende uma posição híbrida: para este, todos os
constituintes proposicionais semanticamente relevantes são ou o valor de
elementos gramaticais explícitos ou de uma posição de argumento implícita na
forma lógica profunda da mesma, mas isto é consistente com a possibilidade de o
falante não ter nenhuma representação consciente deste elemento. Neste artigo
analisarei estas três linhas críticas e argumentarei que nenhuma delas é
completamente convincente. Eu também adicionarei minhas próprias considerações
críticas a respeito da noção de Perry. Minha conclusão será, portanto, puramente
negativa, isto é, que nenhuma das posições mais salientes nesta questão é
inteiramente satisfatória.
Espécies, Qualidades e Substâncias
Meu propósito é examinar uma reconhecida estratégia de distinção de espécies e13:00 -- Almoço
qualidades e avaliar a sua plausibilidade na explicação do que designarei como o
fato da conjunção de espécies e qualidades. Examinarei a seguir uma segunda
estratégia de explicação do fato mencionado que aparentemente é-lhe rival. A
segunda estratégia propõe que uma entidade x é de certa espécie e tem
determinadas qualidades porque possui certa microestrutura física. Discutirei
alguns pontos corretos dessa estratégia e também uma lacuna. Concluirei com a
sugestão de uma proposta de entendimento das relações entre qualidades, espécies
e substâncias.
15:00 -- Anna Christina Ribeiro, Texas Technical University
Aesthetic Luck
The idea that some aesthetic experiences and some aesthetic judgments are not16:20 -- António Lopes, LanCog, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
open to all aesthetic subjects seems to be the kind of claim that only a
cultural snob would make. Yet, the aesthetic experiences and judgments available
to a given individual are frequently beyond her control. The issue concerns the
character and value of one's aesthetic experiences and judgments and,
ultimately, the possibilities for aesthetic value in one's life. If there is a
phenomenon of aesthetic luck, then (1) all beauty is not open to us, and there
is little we can do about it, and (2) our aesthetic subjectivity and notions of
beauty are threatened. Attempts to overcome the vicissitudes of aesthetic luck
land us in paradox or circularity. One may have to accept one's aesthetic fate,
and the restrictions it places on one's potential for an aesthetically valuable
life.
Intencionalismo, Anti-intencionalismo e o Verdadeiro Objectivo da Interpretação em Arte: Uma Polémica Genuína?
Desde o alvor da filosofia da arte de matriz analítica até hoje, o debate em17:40 -- João Branquinho, Universidade de Lisboa e LanCog, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
torno da relevância das intenções dos autores para a interpretação crítica de
obras de arte não parece dar mostras de esgotamento. Mas será esta polémica
genuinamente acerca do verdadeiro modo de aceder ao sentido ou significado das
obras? Procurarei mostrar que a discordância é mais bem descrita como dando-se
ao nível meta-estético, o de saber qual é o objectivo correcto da interpretação.
Uma vez que as razões para excluir empreendimentos interpretativos em arte como
ilegítimos ou "errados" são minimais, e que as considerações de valor, e não
apenas de determinação de sentido, são nesta matéria proeminentes, defenderei
que o papel da filosofia da arte deverá restringir-se ao de denunciar
empreendimentos que violem tais requisitos minimais ou que descrevam
incorrectamente o seu propósito.
Necessidade Metafísica
Discuto quatro tipos salientes de necessidade: metafísica, lógica, conceptual e
natural. Argumento no sentido de mostrar que a necessidade metafísica,
necessidade concebida à boa velha maneira aristotélica como fundada na
identidade das coisas, tem um papel central na ordem da explicação. A distinção
entre necessidade metafísica e necessidade lógica ou conceptual não é uma
distinção entre necessidade de re (que pertence às coisas) e necessidade de
dicto (que pertence às palavras ou conceitos), pois mesmo as mais triviais
verdades logicamente ou conceptualmente necessárias são-no em virtude do mundo,
da identidade das coisas (Williamson 2007). Assim, quer a necessidade lógica
quer a necessidade conceptual são definíveis, por restrição, em termos de
necessidade metafísica. Por outro lado, presumivelmente há verdades naturalmente
necessárias que são metafisicamente contingentes (Fine 2005). Todavia, toda a
verdade naturalmente necessária em sentido estrito, que o é em virtude da
identidade de categorias e propriedades naturais actuais ou nativas, é
metafisicamente necessária. Assim, também a necessidade natural (estrita) é
definível, por restrição, em termos de necessidade metafísica.
Entrada Livre
4 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Lançamento de Manual de Filosofia Política
O objecto deste manual é a filosofia política contemporânea. Enquanto outros livros optam por uma visão histórica, este guia os leitores pelos meandros da filosofia política tal como ela é praticada nos dias de hoje. Por um lado, são apresentados os principais paradigmas teóricos, como o utilitarismo, o liberalismo igualitário, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo e a democracia deliberativa. Por outro lado, são analisados problemas específicos, como a pobreza, as migrações, a multiculturalidade, a política ambiental, a guerra e o terrorismo. Esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos aqueles que se interessam por uma reflexão teoricamente alicerçada acerca das sociedades em que vivemos.
3 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Filosofia e literatura

2 de novembro de 2008 ⋅ Blog
Problemas da filosofia, Bertrand Russell

Frase, expressão e proposição
É comum traduzir erradamente o inglês "phrase" por "frase". Uma "phrase" não é uma frase, mas apenas uma expressão, como "animal peludo". Uma frase é uma unidade semântica mínima de sentido, como "Todo o animal peludo é mau tradutor". O Houaiss define frase assim:
Construção que encerra um sentido completo, podendo ser formada por uma ou mais palavras, com verbo ou sem ele, ou por uma ou mais orações; pode ser afirmativa, negativa, interrogativa, exclamativa ou imperativa, o que, na fala, é expresso por entonação típica e, na escrita, pelos sinais de pontuação.O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora define frase assim:
Unidade linguística com sentido completo, geralmente constituída por um sujeito e um predicado, delimitada na escrita por letra maiúscula, no início, e, no fim, por um sinal de pontuação.Por sua vez, o inglês "sentence" deve traduzir-se por "frase" e não "sentença", apesar de um dos significados de "sentença" ser realmente frase. Mas este não é o sentido mais habitual do termo sentença, o que se pode verificar consultando qualquer um dos dicionários acima, ou qualquer outro. Uma sentença é primariamente uma decisão de um tribunal e também uma frase lapidar, provérbio ou máxima; só num sentido arcaico e remoto quer dizer frase.
A respeito de "sentença", o Houaiss é muito enganador, fazendo as pessoas pensar que em lógica há um sentido espcial do termo "sentença", o que é absurdo. Em lógica "sentence" é o mesmo que "sentence" sem ser na lógica, e nunca poderá ser sinónimo de "proposição", como tanto o Aurélio como o Houaiss afirmam. Estas confusões resultam de uma inadequada compreensão dos símbolos da lógica formal.
Na lógica formal, chamamos informalmente frases ou proposições às variáveis proposicionais (como "p", "q", etc.). Mas "p" não é nem pode ser uma frase, e ainda menos uma proposição. "p" é apenas uma forma proposicional, ou seja, uma representação de uma qualquer frase atómica, como "A neve é branca" ou "Asdrúbal é italiano". Só quando nos esquecemos do que estamos a fazer com os símbolos podemos pensar que "p" é uma frase e não uma representação de um número infinito de frases.
Por outro lado, "p" nunca poderia ser uma proposição porque uma proposição é o pensamento susceptível de valor de verdade expresso por uma frase, e não a representação linguística desse pensamento. Marcas no papel, numa lousa, num ecrã de computador, assim como sons e sinais, podem constituir frases, e estas podem exprimir proposições, mas nenhuma frase é uma proposição -- tal como nenhuma fotografia de uma pessoa pode ser uma pessoa.
Há um sentido remoto e enganador segundo o qual "p" pode ser considerada uma frase: se considerarmos a linguagem da lógica em si mesma, com as suas regras sintácticas de formação, e tendo por referência as línguas naturais, e não o que as línguas naturais referem. Mas isto é engandor porque neste sentido metalinguístico "p" nunca pode ser uma frase porque é insusceptível de ter valor de verdade. Apesar de nas línguas naturais muitas frases serem destituídas de valor de verdade (nomeadamente por serem perguntas, como "Será que está a chover?"), "p" não o tipo de unidade linguística mínima de sentido capaz de exprimir uma pergunta, uma ordem ou uma asserção: "p" é apenas uma representação de uma forma proposicional, nada mais.
O que pensa o leitor de tudo isto?
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Novembro
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