Acabei de publicar uma recensão do livro Ensaio Filosófico, de A. P. Martinich, da autoria de Eduardo Dayrell de Andrade Goulart. Este livro é muito importante para estudantes de graduação, pois ensina cuidadosamente a escrever ensaios argumentativos -- não apenas de filosofia, mas também de história da filosofia. Poucas pessoas se apercebem que tanto faz escrever um ensaio de filosofia como de história da filosofia -- se for um ensaio propriamente dito, e não um mero relatório, é preciso argumentar. Se for um ensaio de filosofia, o estudante tem de usar argumentos para defender as suas ideias filosóficas; se for um ensaio de história da filosofia, o estudante tem de usar argumentos para defender as suas interpretações dos filósofos. Em qualquer caso, tem de saber argumentar, e tem de saber apresentar os seus argumentos. Um dos maiores defeitos que tem o mau ensino (da filosofia ou de qualquer outra coisa) é tornar o aluno um macaco de imitação que aprendeu a fazer muitos relatórios anónimos em que repete de maneira pretensamente académica o que leu, mas no qual não há uma só gota de reflexão pessoal. Este livro é um bom antídoto para isso.
4 de fevereiro de 2009 ⋅ Blog
Martinich, Goulart e o ensaio filosófico
Desidério Murcho
Acabei de publicar uma recensão do livro Ensaio Filosófico, de A. P. Martinich, da autoria de Eduardo Dayrell de Andrade Goulart. Este livro é muito importante para estudantes de graduação, pois ensina cuidadosamente a escrever ensaios argumentativos -- não apenas de filosofia, mas também de história da filosofia. Poucas pessoas se apercebem que tanto faz escrever um ensaio de filosofia como de história da filosofia -- se for um ensaio propriamente dito, e não um mero relatório, é preciso argumentar. Se for um ensaio de filosofia, o estudante tem de usar argumentos para defender as suas ideias filosóficas; se for um ensaio de história da filosofia, o estudante tem de usar argumentos para defender as suas interpretações dos filósofos. Em qualquer caso, tem de saber argumentar, e tem de saber apresentar os seus argumentos. Um dos maiores defeitos que tem o mau ensino (da filosofia ou de qualquer outra coisa) é tornar o aluno um macaco de imitação que aprendeu a fazer muitos relatórios anónimos em que repete de maneira pretensamente académica o que leu, mas no qual não há uma só gota de reflexão pessoal. Este livro é um bom antídoto para isso.
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2 comentários :
Começo a invejar as recentes edições brasileiras... Os dois últimos posts deste blogue mostraram publicações que eu adoraria poder ver em português de Portugal.
Sorte dos brasileiros, que cada vez mais se vêem a par com bons livros de Filosofia... não editados pela Vozes (esta é uma provocaçãozinha...)
Peter,
A verdade é que vamos também tendo umas coisas, mas realmente no brasil está a traduzir-se bons livros. Mas isto era tão simples: tal como comprar um livro em Espanha ou México é praticamente indiferente, também comprar um livro traduzido em portugues em Portugal ou Brasil deveria ser indiferente, ainda que os preços fossem ajustados à moeda de cada país. Continuo sem perceber este mercado fechado entre os 2 países. Mais vale mesmo ler em ingles onde essas coisas não entopem a cultura e o acesso ao saber.
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