Um indivíduo qualquer, desconhecedor do que seja o cálculo diferencial, não diz, ao folhear um livro sobre o assunto: «isto é incompreensível», ou, «este homem não sabe o que diz»; diz simplesmente, «não compreendo isto.» Mas o mesmo indivíduo, se for também desconhecedor de metafísica, já vulgarmente não diz, ao folhear um livro sobre esse assunto: «não compreendo isto»; a sua tendência é para dizer: «que confuso que é este homem!», ou, «isto é incompreensível».
22 de maio de 2009 ⋅ Blog
Fernando Pessoa
Desidério Murcho
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7 comentários :
De que fonte foi retirada esta citação?
Será de retirar daqui a diferença entre ciências exactas e ciências humanas? Será que é por não ser reconhecido qualquer papel sério e universal à metafísica? Desidério, Como interpreta a afirmação?
O que penso disto está em grande parte explicado aqui: http://criticanarede.com/html/ed136.html
Não tenho a fonte da citação, faz parte das Nota Bene que desde há anos são usadas na Crítica e eu retiro-as sem anotar a fonte. Não me lembro de que obra tirei esta.
Já percebi! É relevante o dado de que em Portugal, apesar de haver Filosofia no ensino secundário, lê-se muitos poucos livros de Filosofia. Pelo contrário, nos países anglo-saxónicos, a Filosofia é leccionada nas universidades o que, a par da maturidade dos alunos, lhe confere uma base intelectual, legitimando-a como saber. Obviamente que a minha experiência se cinge a Portugal, o que é extremamente redutor. Mas parece-me que há países, com uma maior tradição analítica, que levam a sério a metafísica. Mas também lhe devo dizer que, certa vez, conheci uma pessoa que, apesar de não possuir conhecimentos científicos, afirmava que sabia por em causa as teorias de Einstein.
Julgo que a citação se poderá encontrar aqui:
LOPES, Teresa Rita. (1990). Pessoa por Conhecer – Textos para um Novo Mapa. Lisboa: Estampa, p. 85.
Té,
Zé
Obrigado pela atenção, Zé!
muito obrigado pelas informações
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