31 de julho de 2009 ⋅ Blog
Algumas ideias de Russell
30 de julho de 2009 ⋅ Blog
Nick Bostrom e David Pearce
Eis uma das minhas mais recentes traduções, para o filósofo inglês David Pearce.
http://www.hedweb.com/transhumanism/portugues.html
Trata-se de uma entrevista a Nick Bostrom e David Pearce, sobre o movimento transumanista, ou um projecto de abolição do sofrimento humano através da alta tecnologia, por oposição às panaceias tradicionais da revolução política e do desenvolvimento económico. Aqui se discute alguns argumentos pessimistas acerca do desenvolvimento tecnológico e a noção de «humanidade» que encontramos nesses argumentos.
29 de julho de 2009 ⋅ Blog
O Caminho para a Servidão

28 de julho de 2009 ⋅ Blog
27 de julho de 2009 ⋅ Blog
Escolha um título, ganhe um livro
26 de julho de 2009 ⋅ Blog
Cambridge Companion to Atheism
Julian Dodd

20 de julho de 2009 ⋅ Blog
António Gedeão
Poema do Homem Novo
Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade inteira saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traço o memorável feito.
Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até os pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.
A cobrir tudo, enfim, como um balão de vento,
um envólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.
Numa cama de rede, pendurada
da parede do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.
Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falavam
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.
Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
Caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.
Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.
Mais um passo.
Mais outro.
Num sobrehumano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
Com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira,
com o coração pequeno e ressequido,
viu, com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o Homem Velho.
18 de julho de 2009 ⋅ Blog
Fanatismo por crenças justificadas e discussão racional
Concordo com a conclusão de Alexandre Machado, pois alguém que acredite justificadamente que P pode, ainda assim, ser dogmático quanto à infalibilidade da justificação de que P.
É, de resto, essa possibilidade que alimenta uma parte importante da discussão filosófica. Se os filósofos procuram a verdade e se a justificação, só por si, garantisse a verdade das nossas crenças, grande parte dos filósofos teriam talvez de encontrar outra ocupação, pois o que não falta aí são crenças justificadas sobre praticamente tudo. O cepticismo metodológico característico da actividade filosófica pode por vezes parecer frustrante, mas tem a vantagem de prevenir qualquer tipo de fanatismo.
Nisto estou inteiramente de acordo com Alexandre e vou até mais longe: mesmo que dispuséssemos de justificações infalíveis, isso não justificaria a nossa intolerância em relação às pessoas que defendem crenças manifesta e objectivamente (seja isso o que for) erradas. As pessoas não devem ser perseguidas, silenciadas ou estigmatizadas apenas por estarem erradas, têm o direito ao erro e à ilusão, a não ser que isso interfira directamente com direitos de terceiros. Aliás, a própria ideia de que as pessoas com crenças opostas às nossas podem não estar completamente erradas torna impossível – ou, pelo menos, enfraquece – a nossa tolerância relativamente a essas pessoas. O tolerante não é aquele que pensa para consigo: “o melhor é ser tolerante com ele, pois sabe-se lá se ele não está certo”; é, pelo contrário, aquele que pensa: “ele está completamente errado naquilo que diz, mas tem o direito de o estar”.
Mas a minha concordância com Alexandre termina aqui, dado que a segunda condição por ele apontada, bem como os exemplos que dá, me parecem falhar completamente o alvo. A não ser que o Alexandre dê um significado estritamente bélico à palavra “combater”. Combater as ideias que nos parecem erradas é natural e aceitável, desde que se trate de um combate de ideias racional e civilizado. Apesar de não o afirmar explicitamente, o que o Alexandre afirma parece implicar que a alternativa ao fanatismo é uma espécie de relativismo prático. Mas combater ideias que se considera erradas não equivale a considerar essas ideias um mal intolerável e muito menos a tentar silenciar tais ideias. Se não combatemos racional e civilizadamente (o que exclui a troça, a agressividade e as acusações de má-fé) as ideias que consideramos falsas, fazemos o quê em relação a elas? Serve para quê a discussão de ideias, nesse caso?
Além disso, há crenças erradas que, efectivamente, dão origem a males intoleráveis, como a crença na superioridade da raça ariana e na bondade do extermínio de judeus. O mesmo se aplica à crença de que ter escravos é um direito dos senhores ou à crença de que a melhor maneira de curar uma pneumonia é ir ao bruxo em vez de ir ao hospital. Ter crenças erradas é frequentemente fatal, daí que a vigilância filosófica, embora não o pareça, seja tantas vezes vital.
É certo que só quem não está realmente interessado na verdade se pode dar ao luxo de ser fanático, mas também não pode dispensar a discussão de ideias e o combate a crenças que se acredita justificadamente serem erradas. A não ser que sejamos relativistas e que achemos que isso de crenças erradas não existe. De resto, pensando no exemplo dos teístas e dos ateus, dado pelo Alexandre, é verdade que há fanáticos de ambos os lados. Essa é uma afirmação trivial. Mas não se é fanático por se tentar mostrar que o opositor está enganado, como parece sugerir. Isto significa que há teístas e ateus que procuram mostrar que o opositor está errado e que não são fanáticos.
Termino com uma pequena, mas cordial, provocação. Quando o Alexandre diz, a propósito do teísta e do ateu fanáticos, que “ambos são igualmente insuportáveis e estão igualmente errados no seu fanatismo” não estará a ser fanaticamente anti-fanático, ainda que a sua crença de que o fanático está insuportavelmente errado seja justificada?
16 de julho de 2009 ⋅ Blog
Deus, presciência e liberdade
Oliver Sacks
A perda de certas formas de memória é frequentemente um indício precoce de Alzheimer, e pode acabar por se desenvolver até às formas de uma amnésia profunda. Mais tarde, pode manifestar-se na incapacidade verbal e, através da afecção dos lobos centrais, poderão também perder-se as capacidades mais subtis e profundas, como a de julgar, de prever e de planear o comportamento. Posteriormente ainda, uma pessoa com Alzheimer pode perder alguns aspectos fundamentais da consciência de si e, em particular, a consciência das suas incapacidades. Mas a perda de consciência de si, ou de certos aspectos da própria mente, constituirá uma perda do "eu"?
12 de julho de 2009 ⋅ Blog
O argumento ontológico
Voltar à Lua, na Internet
11 de julho de 2009 ⋅ Blog
Tento na língua

10 de julho de 2009 ⋅ Blog
Graduação virtual em filosofia
Diálogo sobre o paradoxo da pedra
9 de julho de 2009 ⋅ Blog
Christian Plantin em Coimbra
8 de julho de 2009 ⋅ Blog
Filosofia da religião em português

No Brasil, a Loyola publicou em 1996 a Introdução à Filosofia da Religião, de B. R. Tilghman, originalmente publicada na Blackwell.
5 de julho de 2009 ⋅ Blog
Aquecimento global: o outro lado da discussão
4 de julho de 2009 ⋅ Blog
Eutanásia
- Eutanásia, de Philippa Foot
- O Erro da Eutanásia, de J. Gay-Williams
- Deve a Eutanásia ser Legalizada?, livro organizado por Alain Houziaux e apresentado por Francisco Costa
3 de julho de 2009 ⋅ Blog
Trabalhar para fins mais elevados: sugestões musicais para as férias
Muitos dos leitores deste blog devem estar já a pensar em férias. Aproveitando o mote deixado por Grayling no post anterior, deixo aqui três sugestões musicais para alguns momentos de lazer. É nestes momentos que estamos mais disponíveis para apreciar verdadeiramente o que é bom, pois é quando temos a disponibilidade necessária para ouvir realmente música, em vez de nos limitarmos simplesmente a consumi-la.
A. C. Grayling
O tipo de férias que as pessoas habitualmente têm não são realmente exercícios de lazer, mas de descanso. Se se prolongassem para além das duas ou três semanas, tornar-se-iam aborrecidas e far-nos-iam sentir famintos de estímulo mental. Visto desta forma, o lazer não é o oposto do trabalho; é -- como Mark Twain e Aristóteles sugeriram -- algo melhor: a oportunidade de trabalhar para fins mais elevados.
1 de julho de 2009 ⋅ Blog
Biblioteca básica de filosofia do cinema
Ainda a propósito de cinema e filosofia, deixo aqui uma sugestão do que poderia ser uma biblioteca básica de filosofia do cinema. Desta vez não estou a falar da utilização do cinema para ensinar filosofia. A filosofia do cinema é um ramo da estética e filosofia da arte que trata de problemas como:
Noel Carrol e Jinhee Choi (eds.), The Philosophy of Film and Motion Pictures: An Anthology (Blackwell)
Noel Carroll, Philosophy of Motion Pictures (Blackwell)
Thomas Wartenberg e Angela Curran (eds.), The Philosophy of Film: Introductory Text and Readings (Blackwell)
Thomas Wartenberg, Thinking on Screen: Film as Philosophy (Routledge)
Colin McGinn, The Power of Movies: How Screen and Movies Interact (Vintage Books)
Gregory Currie, Image and Mind: Film, Philosophy and Cognitive Science (Cambridge University Press)
Richard Allen e Murray Smith (eds.), Film Theory and Philosophy (Oxford University Press)
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