A perda de certas formas de memória é frequentemente um indício precoce de Alzheimer, e pode acabar por se desenvolver até às formas de uma amnésia profunda. Mais tarde, pode manifestar-se na incapacidade verbal e, através da afecção dos lobos centrais, poderão também perder-se as capacidades mais subtis e profundas, como a de julgar, de prever e de planear o comportamento. Posteriormente ainda, uma pessoa com Alzheimer pode perder alguns aspectos fundamentais da consciência de si e, em particular, a consciência das suas incapacidades. Mas a perda de consciência de si, ou de certos aspectos da própria mente, constituirá uma perda do "eu"?
16 de julho de 2009 ⋅ Blog
Oliver Sacks
Aires Almeida
Subscrever:
Enviar feedback
(
Atom
)
Arquivo
-
▼
2009
(391)
-
▼
Julho
(23)
- Algumas ideias de Russell
- Nick Bostrom e David Pearce
- O Caminho para a Servidão
- Sucesso, tragédia e ilusões contemporâneas
- Escolha um título, ganhe um livro
- Cambridge Companion to Atheism
- Julian Dodd
- António Gedeão
- Fanatismo por crenças justificadas e discussão rac...
- Deus, presciência e liberdade
- Oliver Sacks
- O argumento ontológico
- Voltar à Lua, na Internet
- Tento na língua
- Graduação virtual em filosofia
- Diálogo sobre o paradoxo da pedra
- Christian Plantin em Coimbra
- Filosofia da religião em português
- Aquecimento global: o outro lado da discussão
- Eutanásia
- Trabalhar para fins mais elevados: sugestões music...
- A. C. Grayling
- Biblioteca básica de filosofia do cinema
-
▼
Julho
(23)

6 comentários :
Ora aqui temos problema. E bem colocado. Vale a pena o livro? Vi-o na livraria quando saíu, mas não o comprei. Que dizes?
Rolando, o livro é um conjunto de histórias reais (umas trinta histórias) testemunhadas por Sacks ao longo da sua intensa actividade profissional com doentes do foro neurológico. As histórias prendem-se todas com a relação dessas pessoas com a música.
Tem coisas interessantes. Mas, muito sinceramente, acho o livro ligeiramente monótono. A tradução é fracota.
Claro que a questão crucial aqui é saber o que é o "eu", ou o que é um "eu"! Em todo o caso, a menos que se defenda uma concepção mística ou sobrenatural do mesmo (e não parece haver boas razões para o fazer, muito pelo contrário), a resposta só pode ser afirmativa. Quer se tome o "eu" pela totalidade psicofísica individual, quer apenas se refira ao elemento mental da identidade própria, ou até "simplesmente" a uma componente estrutural ou funcional do mesmo, como a consciência, a auto-consciência ou sentimento de si, ou a memória, parece difícil evitar a terrível e trágica conclusão de que se trata efectivamente de uma perda parcial, gradual e progressiva do nosso "eu". Não é necessário subescrever uma posição de monismo materialista ou fisicalista, identificando essencialmente o "eu" com o cérebro, e processos fisicos com processos mentais, para aceitar a conclusão. Os dados de que dispomos actualmente, desde os da experiência comum, até aos alcançados nas diversas ciências, como a biologia, a neurologia ou a psicologia, sugerem, no mínimo, a íntima conexão e interdependência entre o conjunto das funções e processos mentais e os corporais, quer dizer, entre o "eu" psíquico e o "eu" físico. Ou estarei errado?
Um texto na Crítica relacionado com este tema:
http://criticanarede.com/html/lds_deprofundis.html
Bom, já agora, digo qual é a resposta do próprio Sacks. Ele defende que não.
Já li o livro do Dr Oliver sackes e exclareceu bastante sobre alguns tipos de comportamentos provenientes de problemas mentais.
Publicar um comentário