Mas qual será a tradução correcta? É que as coisas são muito diferentes: uma coisa é haver mudanças no seio de uma dada concepção do mundo, como sugere a tradução portuguesa, outra bem diferente é substituir uma concepção do mundo por outra, como indica a brasileira. Esta última tese é bem mais forte e as implicações de uma e outra são muito diferentes.
Dada a ideia de incomensurabilidade entre paradigmas rivais defendida por Kuhn, quer-me parecer que a tradução brasileira é que está correcta.
6 comentários :
Ora viva,
Mais uma vez venho aqui com um comentário "off topic", e pelo facto peço desculpa.
Faço-o neste post por ter disponibilidade agora e ser este o post mais recente do blogue, apesar de não ser do director da Crítica.
Queria apenas registar com agrado a mudança de imagem da crítica. Se antes estava muito boa, agora está ainda melhor. Muito bom!
Registo também com agrado, não sabendo se é coincidência ou não, a quantidade de bons artigos que foram lançados recentemente. Por motivos de falta de disponibilidade não tive ainda oportunidade de elaborar um comentário estruturado a um ou dois que me interessaram particularmente, mas irei fazê-lo brevemente.
A toda a equipa da Crítica e do Blogue queria manifestar os parabéns e o meu agradecimento pelo excelente trabalho.
O original é "Revolutions as changes OF world view".
A brasileira está correcta.
Pois, Vitor, como seria de prever. Não dá para compreender como se altera assim o sentido, como se se tratasse apenas de uma questão de estilo.
Obrigado, Jaime! Mais artigos estão na forja...
O próprio termo "world view" seria melhor traduzido por "mundividência."
Por alguma razão misteriosa, vigora um certo preconceito contra a proximidade textual. Como se fosse dever do tradutor não ser maximamente invisível, ou quando não o é não o ser em função do conteúdo cognitivo do texto, e sim ser muito inventivo ou fazer que o texto "soe bem". Concomitante a este preconceito está a redução, o empobrecimento do vocabulário, a dificuldade de obrigar o leitor a usar aquelas coisas que por cá se fazem tão bem que até nos esquecemos que existem... dicionários.
Este empobrecimento pode-se também ver nos nomes. Consulte-se um índice onomástico no prontuário ortográfico e compare-se com os nomes em uso. Depois disso, veja-se uma lista de nomes em uso no sec XIX. Isto não acontece só com os nomes mas com palavras que, por exemplo, os ingleses usam, que derivam de fonte latina, e que nós deixamos de usar. Por outro lado é muito difícil reintroduzir essas palavras em circulação por causa da filtragem exercida pela censura linguistica: recusa-se o uso de tais palavras a pretexto de que não são correntes, mas isto é vicioso, pois só podem ser recuperadas se forem usadas. O mesmo para termos novos que sejam necessários.
Publicar um comentário