Da Gradiva, chega-me a notícia de alguns livros prometedores: A Grande Separação: Religião, Política e o Ocidente Moderno, de Mark Lilla, discute as relações complexas entre o poder político e religioso no contexto europeu. Não sei o que defende o autor, mas ao contrário do que por vezes se pensa, não é preciso ter um estado laico para não haver guerras e conflitos religiosos; essa é apenas uma das maneiras de tentar resolver o conflito entre o poder secular e o religioso.
David S. Landes, A Revolução no Tempo, é um dos mais importantes livros publicados em 2009 em Portugal: divulgação científica e histórica de qualidade, mostrando o desenvolvimento da ciência e tecnologia da medição do tempo, coisa que hoje damos como garantida e simples, mas que está longe de o ser.
Morte por Buraco Negro, de Neil deGrasse Tyson, autor já equiparado a Carl Sagan pela sua capacidade para comunicar de modo entusiástico e acessível ideias científicas complexas, é também uma leitura prometedora. Erros Experimentais, Ajustamentos e Outras coisas Mais, da autoria de Isabel Maria Almeida Fonseca, despertou-me também a atenção porque o controlo de erros é um dos aspectos mais importantes do pensamento científico em particular e da nossa vida cognitiva em geral: só os tolos se pensam infalíveis, só os sábios sabem que erram.
Fiquei com uma curiosidade particular pelo livro O Mito das Nações, de Patrick J. Geary, em parte por ter uma aguda consciência histórica dos artificialismos que estão na base das fronteiras e culturas europeias, e não só, consciência que me faz olhar sempre com alguma ironia para quem se agarra a bandeiras e hinos e línguas como se fossem intemporalidades a nós inerentes e não fantasias inventadas no passado para melhor controlar as massas.
E por falar em mentiras políticas para controlar as massas, 5 de Outubro, de Ernesto Rodrigues, promete elucidar o processo de implantação da República em Portugal. Ordens e Congregações Religiosas, obra coordenada por Luís Machado de Abreu e José Eduardo Franco, promete lançar luz sobre os benefícios ou malefícios da expulsão das ordens religiosas na I República, nomeadamente no que respeita ao ensino.
22 de fevereiro de 2010 ⋅ Blog
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2 comentários :
Só uma dúvida: o livro do Mark Lilla não tem por título "A grande separação"?!?!
De todos esses, já estive com o do David Landes nas mãos e pareceu-me efectivamente prometedor.
Cumprimentos,
Helder Mendes
Obrigado, tem sim. Ou na informação que recebi o título e o subtítulo vinham trocados ou sou eu que estou a ficar senil, o que já não era sem tempo.
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