A razão tem de ser o nosso juiz e guia último em tudo.
23 de março de 2010 ⋅ Blog
Subscrever:
Enviar feedback
(
Atom
)
Arquivo
-
▼
2010
(361)
-
▼
Março
(47)
- Direcção da adequação, livros e leitores
- Confusão sobre valores
- Deus do outro lado do espelho
- Diógenes de Sínope
- O pensamento político de Orwell
- Mandeville, os moralistas e a economia
- Whitehead, ciência e pensamento
- Olhar de cima e ver de baixo
- Pátria e infantilidade
- Raciocínio e infantilidade
- Paradoxo de Protágoras
- Gottfried Leibniz
- Edgar Degas
- Heraclito segundo Kahn
- Primeira Tertúlia da Crítica
- Colin McGinn
- John Locke
- Russell sobre Gellner sobre a filosofia linguística
- Liberdade de expressão
- Concurso Bizâncio
- indexicais, proposições e contingências da língua
- Qualidade superlativa
- Verdade e variabilidade
- Filosofia e pensamento crítico
- Enigmas da Existência
- Uma sugestão para os professores de Filosofia
- Mentira ou ignorância
- Proposições e frases eternas
- Coleção Mestres do Pensar
- Música
- W. V. O. Quine
- Filosofia do direito em português
- O feminismo de Mill
- Kenny na Gradiva
- Uma Pequena História do Mundo
- R. G. Collingwood
- Thomas Nagel
- O direito de defender o criacionismo
- Theodore Dalrymple
- Heidegger e o nazismo
- Arte e instinto
- Filosofia e ciência
- Wook com menos 20%
- Cambridge Companion to Atheism
- Weinberg, a ciência e os seus críticos
- Contra o acordo ortográfico, uma ILC
- A liberdade de expressão tem graus?
-
▼
Março
(47)
8 comentários :
Uma pergunta: Todo Filósofo é Ateu?
Caro Hugo,
De modo algum. S Tomás de Aquino ou S Agostinho foram filósofos e crentes. O mesmo acontece com filósofos contemporâneos, como Richard Swinburne, por exemplo.
que tem o ateísmo a ver com a ideia de a razão ser o guia último em tudo? Só os ateus é que podem ser racionais? Um argumento a favor da existência de Deus é automaticamente irracional? Mesmo a decisão de suspender o juízo ou a decisão de acreditar numa proposição sem ter indícios (que tanto podem ser empíricos como a priori, p. ex., alguns filósofos afirmam que os três argumentos clássicos acerca da existência de Deus constituem, conjuntamente, indício a favor de pensar que Deus existe) fortes a favor dessa proposição é uma decisão racional, no sentido lato de que resulta da ponderação e avaliação de propostas rivais, de alternativas, de consequências, etc. No sentido estrito, essa decisão pode ou não ser racional consoante tende a levar o indivíduo a aceitar crenças falsas. Também neste sentido estrito dizemos que aceitar proposições sem ter indícios fortes de qualquer tipo a favor delas é irracional.
Dito isto, que relação tão especial assim há entre isto e o ateísmo?
Respondendo à pergunta: não, há muitos filósofos que não são ateus, mas isso continua a ser lateral à afirmação de Locke. Mas vamos aproveitar isto para uma pequena experiência mental, supunhamos:
A: que todos os filósofos eram ateus?
- o que se segue daqui, que é ilegítimo (ou "leviano" para quem é académico) defender o teísmo (a ideia de que Deus existe?) Não. Tal coisa não se seguiria. Mas decidir não acreditar no teísmo só porque, hipoteticamente, todos os filósofos eram ateus, continuava a ser uma decisão racional, na medida em que há aí um argumento implícito. Apenas seria uma decisão parva.
B: Nenhum filósofo era ateu.
- O que se segue daqui, que é ilegítimo ("leviano" para quem é académico) defender o ateísmo? Não, isso não se segue, pelas razões atrás referidas. E quem decidisse não ser ateu só porque muitos filósofos (e já agora, taxistas, passeadores de cães e cozinheiros italianos) defendem o teísmo, estaria a tomar uma decisão racional (porque baseada em inferências, etc) só que parva, porque em última análise não há boas razões a favor dessa decisão.
Depois de tudo isto... que tem o ateísmo em particular a ver com a racionalidade, que qualquer outra questão não tenha?
Isto é uma excelente oportunidade para falar numa diferença importante entre a filosofia e a ciência: enquanto na ciência é indício a favor da verdade da cosmologia x (embora não seja garantia absoluta) o facto de a maioria ou totalidade dos cientistas (hipoteticamente) defenderem a cosmologia x, já na filosofia, o facto (hipotético) de a maioria ou todos os filósofos defenderem uma certa teoria metafísica, epistemológica, estética, política, etc. NÃO É INDÍCIO a favor de que essa teoria é verdadeira. Isto tem a ver com a natureza da própria investigação filosófica e com a natureza das questões filosóficas. A este propósito, o texto do Desidério, publicado aqui há algum tempo na Crítica é bastante informativo: http://criticanarede.com/html/cienciaefilosofia.html
John Locke era cristão! Só que há várias maneiras diferentes de ser cristão, como tudo na vida. Pode-se ser cristão com inteligência, como Locke, ou à toa, entre muitas outras extraordinárias variantes. E o mesmo se pode dizer do ateísmo.
Aqui encontra-se o clássico de Locke intitulado "A Razoabilidade do Cristianismo" (em inglês).
Com base no filósofo John Locke, fiz a minha Monografia como parte dos requisitos finais, para obtençâo do título de graduado em filosofia, pela UERN (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte).
O tema da minha Monografia é: ''O Conhecimento da Existência de Deus em Locke''.
Tomei por base para fundamentar o tema, mais precisamente o livro IV, capítulo 10, da obra Ensaio acerca do Entendimento Humano, de Locke.
Pastor Walfredo Soares de Lima, da Assembléia de Deus em Itaú-RN.
Não, por exemplo o Francis Bacon, ele era teísta.
Enviar um comentário