1 de maio de 2010 ⋅ Blog
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3 comentários :
Vale dizer que o volume 4 da edição brasileira está REPLETO de erros grotescos de tradução. Todos eles dizem respeito à porção que cabe à filosofia analítica, de Frege a Wittgenstein. O vocabuleario técnico da lógica é ignorado quase que por completo (um exemplo: "frotenira variável" para "bound variable"- !!!!!-, p. 87 da tradução). É assustador. Ouvi dizer que também o primeiro volume, no que tange à descrição da lógica aristótélica, está com tais defeitos. Estou lendo para procurá-los e depois notificar o tradutor. Espero que a edição portuguesa esteja mais bem cuidada...
Lamento saber que a tradução brasileira é má; mas infelizmente não me espanta. A maior parte das traduções filosóficas em língua portuguesa é uma fraude. Há três razões para isso: por um lado, dá muito trabalho fazer bem feito; por outro, é preciso ter uma boa formação filosófica, ou aconselhar-se junto de quem a tem; e por último, as más traduções não são fortemente denunciadas publicamente, como deveriam, não se distinguindo das boas aos olhos do grande público.
A tradução portuguesa desta obra do Kenny é cuidadíssima; foi revista pelo Aires Almeida. O nome dele não está nos créditos só para fazer efeito: ele trabalhou durante semanas na revisão aturada das traduções de cada volume, sempre em confronto com os originais e com o vocabulário filosófico comum. Não raras vezes discuti com ele uma ou outra passagem cuja terminologia levantava mais dúvidas, nomeadamente no volume da filosofia medieval.
Infelizmente, para muitas pessoas, a filosofia é só um conjunto de jogos de palavras, e portanto tanto faz dizer uma coisa ou dizer outra, desde que seja parecido. O rigor, a precisão, o amor de fazer bem feito não são valores académicos comuns no mundo de língua portuguesa -- e isso reflecte-se nas traduções. Nos clássicos, nomeadamente: leia-se este artigo.
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