A compreensão humana não é um exame desinteressado, mas recebe infusões da vontade e dos afetos; disso se originam ciências que podem ser chamadas “ciências conforme a nossa vontade”. Pois um homem acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade. Assim, ele rejeita coisas difíceis pela impaciência de pesquisar; coisas sensatas, porque diminuem a esperança; as coisas mais profundas da natureza, por superstição; a luz da experiência, por arrogância e orgulho; coisas que não são comumente aceitas, por deferência à opinião do vulgo. Em suma, inúmeras são as maneiras, e às vezes imperceptíveis, pelas quais os afetos distorcem e contaminam o entendimento. Novo Órganon, parágrafo XLIX.
17 de maio de 2010 ⋅ Blog
Francis Bacon
Matheus Silva
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4 comentários :
Os "ídolos" denunciados por Bacon em sua metodologia continuam a se impor diante dos nossos melhores esforços científicos...
Claro, mas constatar que existem esses ídolos, esses obstáculos à tentativa honesta de compreender a realidade, e tentar ultrapassá-los já é uma vitória contra eles.
Onde ele diz isso?
Novo Órganon, parágrafo XLIX
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