27 de abril de 2011 ⋅ Blog
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4 comentários :
Desidério
É difícil acompanhar a argumentação nesse tipo de apresentação, por isso fiquei com algumas dúvidas:
Teu ponto central é que noções modais como necessidade e possibiidade são primitivas ou que, mesmo não sendo primitivas, não são elimináveis?
Uma segunda questão, que não é diretamente sobre a tua argumentação, diz respeito à redução linguística. Me parece que ali está a argumentação quineana, porém, um ponto que sempre me intrigou na argumentação quineana é a ideia de que a noção de "necessidade" pressupõe a noção de "analiticidade" (segue um trecho do Two Dogmas of Empiricism com grifos meus):
"If a language contains an intensional adverb 'necessarily' in the sense lately noted, or other particles to the same effect, then interchangeability salva veritate in such a language does afford a sufficient condidition of cognitive synonymy; but such a language is intelligible only if the notion of analyticity is alread clearly understood in advance."
Nunca compreendi com clareza a razão pela qual "necessidade" pressupõe "analiticidade" (confesso que minha impressão é de que este não seja o caso). Enfim, ficaria grato se você pudesse elucidar estas questões ou indicar alguma bibliografia.
Penso que um dos bons pontos de partida é o livro de Plantinga, The Nature of Necessity. A introdução à metafísica de Lowe, A Survey of Metaphysics, tem também um bom tratamento da modalidade. O meu próprio livro, Essencialismo Naturalizado, é também esclarecedor e muito elementar. De David Lewis, o livro Possible Worlds apresenta detalhadamente a posição dele.
A minha posição é que os conceitos modais são primitivos; podem ser esclarecidos por meio de parágrafases ou de conceitos equivalentes, mas não podem ser eliminados. As posições de Quine quanto à necessidade são hoje irrelevantes, ou tão perto disso quanto o é possível em filosofia; nos seus momentos mais radicais, Quine argumenta contra a inteligibilidade das noções modais, mas não é bem-sucedido.
Desidério
Obrigado pelas recomendações. Meu conhecimento sobre essa discussão é muito pouco, então posso estar perguntando algo estúpido, mas gostaria de fazer uma última pergunta: se aceitarmos tua conclusão, seria plausível aceitar que existem (ou podem existir) outros modelos para interpretar noções modais, modelos que não envolvam mundos possíveis? Ou mundos possíveis continuariam sendo a melhor (e talvez única) solução, mesmo que sem a pretensão de uma eliminação?
Podemos usar os mundos possíveis como modelos da linguagem modal, sem pretender que estes modelos descrevam outra coisa que não a estrutura modal da realidade que efectivamente existe. Mas também podemos dar um tratamento técnico diferente às noções modais, sem recorrer aos mundos possíveis, um modelo algébrico. Infelizmente, esta maneira de o fazer não foi desenvolvida. Mas é possível.
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