Morreu anteontem Sir Michael Dummett, um dos mais influentes filósofos da linguagem do séc. XX. Um obituário, em inglês, da autoria de A. W. Moore está aqui.
29 de dezembro de 2011 ⋅ Blog
Subscrever:
Enviar feedback
(
Atom
)
Arquivo
-
▼
2011
(244)
-
▼
Dezembro
(20)
- Não há bom ensino com maus programas
- O anti-racista racista
- Morreu Dummett
- As edições de 2011
- Collins de borla
- Dicker sobre Kant
- O Desafio de Singer
- Libertação Animal
- Mente e materialismo
- História da metafísica moderna
- Quine em português
- A C. Grayling
- A tradição socrática na sala de aula
- O livro dos livros
- Carl Sagan
- Reabilitar a metafísica
- Como não justificar a filosofia
- Filosofia e argumentos de autoridade
- Cidadãos iluminados
- David Deutsch
-
▼
Dezembro
(20)
2 comentários :
Michael Dummett foi, na minha opinião, um dos melhores filósofos da segunda metade do século XX.
Ele teorizava com inteligência e elegância sobre filosofia da linguagem, filosofia da matemática e metafísica completamente ciente dos nuances e das questões complexas que se podem levantar na relação entre estas várias áreas. Por outro lado, Dummett é um excelente exemplo de filósofo que não pensa que autores da história da filosofia ficam obsoletos passadas umas décadas, escrevendo três excelentes livros sobre Frege e interessantes artigos sobre Wittgenstein (sem esquecer o seu livro sobre as origens da filosofia analítica). Este lado histórico de Dummett, ia sempre lado a lado com uma visão sistemática que Dummett tinha acerca dos debates do realismo-antirealismo, em que ele foi o maior proponente do segundo.
Dummett foi um filósofo único que, no meio de naturalistas como Quine e Wittgensteinianos puros como Hacker e Baker, sustentou sempre as suas opiniões com subtileza, profundidade e incrível sofisticação.
No site que indico abaixo, vários amigos, colegas e alunos lembram de várias histórias e situações com Dummett, uma das que mais gostei foi o fim do contributo de Christopher Peacocke em que ele diz mais ou menos o seguinte : "Eu visitei o Michael há quatro anos atrás e ele contou-me que tinha escrito a sua última composição em filosofia. Eu aproveitei a oportunidade para dizer que ele dizia estar satisfeito com o que escreveu em vida. Ele respondeu "Sim, certamente que estou!"" e nem o filósofo mais exigente poderia fazer uma avaliação diferente do trabalho de Sir Michael Dummett.
Para mais recordações: http://opinionator.blogs.nytimes.com/2012/01/04/remembering-michael-dummett/
PS: Um lapso maior na pressa de escrever, na citação onde está "dizia" corrija-se com "devia".
Enviar um comentário