
Depois
da recente tradução para português da obra principal de Henry Sidgwick ("Os
Métodos da Ética", por Pedro Galvão), Peter Singer apresenta-nos esta
nova contribuição para o entendimento da filosofia moral. Este livro pretende mostrar
que o utilitarismo deste filósofo do século XIX se mantém apelativo e vigoroso
mesmo nos nossos dias, destacando-se alguns pontos:
O que é que a ideia de tomar em consideração
“o ponto de vista do universo” nos pode dizer sobre a ética? Henry Sidgwick
usou esta metáfora para apresentar aquilo que acreditava ser uma verdade moral
auto-evidente: o bem de um indivíduo não tem mais importância do que o bem de
qualquer outro. Defendeu que os julgamentos éticos são verdades objectivas que
podemos conhecer pela razão. Os axiomas éticos que ele considerou serem
auto-evidentes fornecem uma base para o utilitarismo. Ele complementa esta
justificação com um argumento que nada, excepto os estados de consciência, tem
valor definitivo, o que o levou a afirmar que o prazer é a única coisa que é
intrinsecamente boa.
Serão estas reivindicações defensáveis?
Katarzyna de Lazari-Radek e Peter Singer testam-nas contra uma variedade de
pontos de vista defendidos por escritores contemporâneos em ética, e concluem
que são. Este livro é, portanto, uma defesa do objectivismo na ética, e do
utilitarismo hedonista. Os autores também exploram, e na maior parte dos
casos apoiam, as visões de Sidgwick sobre muitas outras questões fundamentais
da ética: como justificar uma teoria ética, a importância de uma explicação evolutiva
dos nossos juízos morais, a escolha entre o utilitarismo das preferências e o
utilitarismo hedonista, o conflito entre o interesse próprio e a benevolência universal,
se algo que seria errado fazer abertamente pode estar certo, se for mantido em
segredo, quão exigente é o utilitarismo, se devemos desconsiderar o futuro, ou
favorecer aqueles que estão em pior situação, o estatuto moral dos animais, e o
que é a população ideal.
Sem comentários :
Enviar um comentário