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Filósofos como Peter Singer fazem-nos pensar sobre a importância da vida e do sofrimento de todos seres humanos e dos animais não-humanos e sobre o que podemos fazer para salvar vidas ou ajudar a acabar com esse sofrimento.
Normalmente consideramos o sofrimento humano mais importante
que o sofrimento dos animais não-humanos.
Mas se tentássemos calcular essa diferença, imaginemos que chegávamos
à seguinte conclusão: a vida e o sofrimento humano são mil vezes mais importantes do que a vida e o sofrimento de animais não-humanos.
Quanto a esta relação, 1 para 1000, para não ficarmos entre
aquele que diria “quanto mais conheço as pessoas, mais gosto dos animais” e
aquele que diria “não me comparem a ostras, nem que seja a um milhão”, podemos
pensar que o 1 pode ser uma pessoa qualquer (um genocida ou um altruísta eficaz)
e os 1000 também podem ser quaisquer animais (inclusive as ostras ou todos os
animais de estimação que já tivemos ou conhecemos).
Então, caso pensássemos que poderíamos ter um papel activo
nessa equação, por cada 1000€ que doássemos para impedir o sofrimento e a morte
de um ser humano, não deveríamos também doar pelo menos 1€ para impedir o mesmo
relativamente a animais não-humanos?
Se assim fosse, considerando que por ano morrem cerca de 50 milhões de seres humanos (de todo o tipo de doenças,
acidentes, etc.) e que por ano são mortos mais de 150 mil milhões de animais não-humanos (só na industria
alimentar), portanto o equivalente a 3 mil animais para cada ser humano, não deveríamos
então doar 3 vezes mais para causas que defendem os direitos dos animais?
E como seria esse cálculo aplicado aos insectos?
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Editado a 25/08/2019: actualizei aos links que não funcionavam. No caso das mortes de animais o número parece agora menor, o que poderia afectar o cálculo, mas se incluirmos os peixes (da pesca ou da piscicultura) o número excede em muito aquele que usei aqui.
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Editado a 25/08/2019: actualizei aos links que não funcionavam. No caso das mortes de animais o número parece agora menor, o que poderia afectar o cálculo, mas se incluirmos os peixes (da pesca ou da piscicultura) o número excede em muito aquele que usei aqui.